domingo, 31 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
DEGUSTE ESTA PINTURA DE ARCANGELO IANELLI
segunda-feira, 25 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
DEGUSTE O HUMOR E A INTELIGÊNCIA DE MARIA AMÉLIA
Maria Amelia Lopez se intitulava a blogueira "mais velha do mundo". E provavelmente era. Ontem, dia 20 de maio, essa espanhola extraordinária, que ganhou de um dos seus netos um blog quando completou 95 anos, faleceu aos 97 anos, mas deixou registrado o seu blog, com inúmeros textos e depoimentos seus sobre a sua vida e a história da Espanha no século XX, o franquismo e outras passagens que ela fez questão de contar.
Quero homenagear a nossa colega aqui no blogspot, propondo a você que visite o seu blog e aos poucos conheça os seus vídeos e leia os seus textos.
Que Maria Amélia continue sendo um grande exemplo para todos nós.
O endereço do blog é: www.amis95.blogspot.com
Quero homenagear a nossa colega aqui no blogspot, propondo a você que visite o seu blog e aos poucos conheça os seus vídeos e leia os seus textos.
Que Maria Amélia continue sendo um grande exemplo para todos nós.
O endereço do blog é: www.amis95.blogspot.com
segunda-feira, 18 de maio de 2009
DEGUSTE ESTE POEMA
TODAS AS NOTAS
No meio da névoa
um pássaro deitado
no chão
na relva
pássaro no escuro
sem ver estrelas.
No meio da névoa
pássaro
extraído
de um ninho
remoto
querendo cantar-
cantar está na raiz
do seu ser
cantar está na raiz
de todos nós
mesmo
dos que não cantam.
Os que não cantam
saboreiam o canto
alheio
ouvindo
degustando
todas as notas
perdidas no ar.
(Jaime Leitão)
No meio da névoa
um pássaro deitado
no chão
na relva
pássaro no escuro
sem ver estrelas.
No meio da névoa
pássaro
extraído
de um ninho
remoto
querendo cantar-
cantar está na raiz
do seu ser
cantar está na raiz
de todos nós
mesmo
dos que não cantam.
Os que não cantam
saboreiam o canto
alheio
ouvindo
degustando
todas as notas
perdidas no ar.
(Jaime Leitão)
sábado, 16 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
segunda-feira, 11 de maio de 2009
DEGUSTE UM POEMA RECEBIDO DAS NUVENS
As memórias
múltiplas
que nos assaltam
vêm de vidas cruzadas
do que fomos
em tempos distintos
ou distantes
daqui
milímetros.
As memórias
desmontam
a nossa pretensa unidade
e identidade.
Somos muitos.
Somos múltiplos.
E até nenhum.
múltiplas
que nos assaltam
vêm de vidas cruzadas
do que fomos
em tempos distintos
ou distantes
daqui
milímetros.
As memórias
desmontam
a nossa pretensa unidade
e identidade.
Somos muitos.
Somos múltiplos.
E até nenhum.
domingo, 10 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
DEGUSTE O POEMA OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO, DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
quarta-feira, 6 de maio de 2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
DEGUSTE ESTE CURTA-METRAGEM DE CARLITOS
Carlitos, criação genial de Charlie Chaplin, aqui aparece em um curta-metragem da primeira fase( 1915). Raridade. Delicie-se. Deguste o humor ingênuo, doce, desse extraordinário nome do cinema.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
DEGUSTE ESTAS ESCULTURAS
Cube in a cube
Spaces II
Deguste essas esculturas geométricas em vidro, dos artistas thecos Stanislaw Libewnský( 1921-2002) e Jaroslava Brichtová (1924) expostas na Heller Gallery, em Nova York.
O vidro e a sua geometria/ de matéria sólida e líquida/ o vidro e a sua transparência/ que nos insere nele/ como imagem/ou puro reflexo. (Jaime Leitão)
sábado, 2 de maio de 2009
DEGUSTE O POEMA O DIA DA CRIAÇÃO, DE VINÍCIUS DE MORAES
O dia da Criação
I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas como o mar
Em bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por vias das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo o mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguem bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um gardem-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Há umas difíceis outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva de domingo
Porque hoje é sábado
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres com as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da esfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos mares de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, nem serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior dos instintos dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, frequentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas como o mar
Em bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por vias das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo o mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguem bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um gardem-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Há umas difíceis outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva de domingo
Porque hoje é sábado
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres com as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da esfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos mares de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, nem serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior dos instintos dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, frequentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
Assinar:
Postagens (Atom)